27 outubro 2005

Movimento pela abolicão da carne

A maioria das pessoas pensa que não se deve matar um animal sem uma razão plausível. Na França, o Código Penal proíbe matar sem necessidade uma vaca, um porco ou uma galinha.

Cada vez torna-se mais e mais divulgado o fato de que não é necessário comer carne para se viver saudavelmente.

Será que não chegou a hora de pedirmos a abolição da carne?

Por que não fazermos desse pedido – enorme na aparência embora tão simples – um objetivo maior do movimento animalista mundial?

Claro que devemos também continuar descrevendo, denunciando, mostrando os sofrimentos e as privações impostas aos animais. Devemos continuar pedindo a proibição de práticas que consideramos chocantes: uso de gaiolas minúsculas, mutilações, foie gras, touradas, etc. É necessário que continuemos denunciando a realidade imposta aos animais e a conclamar a importância da sensibilidade dos mesmos assim como a nossa própria. Devemos continuar questionando o especismo e promovendo o vegetarianismo e o veganismo .

Mas isso não é suficiente.

Agora tornou-se incoerente não exprimirmos claramente o pedido político da abolição da carne.

Mas nem mesmo ousamos formular tal pedido já que sua realização parece uma utopia. Temos receio de ser considerados fanáticos e desejosos por impor nossas idéias aos outros.

Estamos errados. Errados por considerarmos que até o menor comedor de carne seja um defensor dos abatedouros. Errados por supormos, sem sabermos ao certo, que a sociedade ainda não está pronta para escutar nosso pedido e muito menos debatê-lo.

No século XVIII, a escravidão humana, legalizada, era uma peça básica da engrenagem da economia colonial. Era utópica a idéia da abolição daquela prática universal e milenar. Devemos nos inspirar nos ativistas abolicionistas que se organizaram para tornar tal prática ilegal.

Lutemos, cada um a seu modo, nessa ampla campanha mundial pela abolição da carne.

Antoine Comiti

(Traduzido por Anna Xavier, Laura Swarovski e Cristina Rodrigues)

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